O Inventário Florestal Nacional e o Licenciamento Ambiental no Brasil (aplicação de resultados)

 

O Inventário Florestal Nacional como referência para o Licenciamento Ambiental no Brasil

(aplicação de resultados)

 

Fábio Venturoli[i]

 

O Inventário Florestal é uma exigência legal aplicada a grande parte dos processos de Licenciamento Ambiental no Brasil. Porém, a confiabilidade dos resultados dos inventários técnicos entregues aos órgãos ambientais tem sido questionada sob diferentes aspectos, entre eles a correta identificação botânica e a efetiva realização do trabalho de campo. Dessa forma, o Inventário Florestal Nacional (IFN) pode ser a alternativa técnica para os órgãos ambientais nos processos de licenciamento, pois os resultados seguem uma metodologia padrão e estão sujeitos a controle de qualidade. Ademais, o material botânico obrigatoriamente estará depositado em herbário. Diante disso, esta pesquisa objetivou avaliar a estrutura e a diversidade florística entre quatro inventários florestais em Cerrado sentido restrito no Distrito Federal e o Inventário Florestal de Minas Gerais (IFMG), no Cerrado sentido restrito da região central, norte e noroeste do estado. Utilizou-se o IFMG por ser o resultado oficial mais próximo geograficamente do DF. Os inventários estudados no DF encontram-se ao longo das rodovias DF 001, 065, 480 e VC 361, compreendendo 24 hectares. A amostragem foi estratificada e totalizou 18 parcelas (20 x 50 m) aleatoriamente distribuídas nas áreas. A similaridade florística (DAP ≥ 5 cm) entre as espécies de maior IVI nas áreas (+50% do IVI total) foi 0,66 (Sorensen), representada por Byrsonima coccolobifolia, Caryocar brasiliense, Dalbergia miscolobium, Hymenaea stigonocarpa, Kielmeyera coriacea, Pouteria ramiflora, Qualea parviflora e Stryphnodendron adstringens. O índice de Shannon (H’) no DF foi 3,26 nats.indv-1, com equabilidade (J) de 0,87. A amplitude de variação encontrada no IFMG foi: H’ entre 2,70 e 3,96 nats.indv-1 e J entre 0,65 e 0,86. A densidade arbórea no DF foi de 1.297 árvores.ha-1 (EP < 15%) e em MG 1.172 árvores.ha-1. As estimativas volumétricas foram 61,93 m³ha-1 (EP < 15%) no DF e 49,97 m³.ha-1 em Minas Gerais. A alta similaridade entre as áreas consideradas indicam que o IFMG poderia ter sido utilizado em lugar do levantamento realizado. Assim, sugere-se a possibilidade de se considerar o IFN em substituição a outros levantamentos florísticos pontuais exigidos nos processos de licenciamento, sendo essa uma estratégia para justificar investimentos e esforços estaduais no Inventário Florestal Nacional.

Obs. Este trabalho foi apresentado no II Simpósio de Inventário Florestal Nacional, em novembro de 2013. Os Anais do evento não foram publicados e, portanto, o resumo está sendo publicado na Revista Brasileira de Inventário Florestal, assim como o banner que foi apresentado.

 

[i] Eng. Florestal. Professor da Universidade Federal de Goiás/UFG - venturoli@ufg.br

 

BANNER II SIMPÓSIO

 

 

 

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